quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Que pena... (Pablo Severo)

Faltava um mês para o natal, eu já sabia que isso poderia acontecer. Ela foi assim, como um presente antecipado que eu ganhei do bom velhinho.
Cuidei muito do meu presente, via-o brilhar perante meus carinhos. Sabia que ele tinha sido feito para mim, e estava no meu destino ser dono dele.
Mas, um dia precisei me ver ausente da sala de brinquedos, e então o tive que deixar. Coloquei-o envolta de tudo o que mais gostava, e o deixei a minha espera. Quando voltei senti que ele estava meio empoeirado. E me pus a limpa-lo. Tive que me ausentar mais uma vez, e desta vez seria para sempre, eu sabia que não aceitariam que eu o levasse junto, então me despedi do meu mais precioso presente.
Foi triste a despedida, mas no fundo tinha esperanças de revelo. Quando me fui pensei ter deixando ele bem guardado, e trancado em um quarto onde só eu possuía a chave.
Es que recebo a noticia de que não precisaria ir embora, e volto todo alegre para minha casa, entro nela com o coração cheio de alegrias. Quando chego à porta do quarto onde deixei meu precioso presente, a encontro aberta.
Vou direto ao criado mudo, o lugar onde deixo todo o que me é necessário. Com o coração palpitante abro a gaveta e vejo que não esta mais ali o motivo da minha alegria.
Reviro o quarto na esperança de achá-lo em outro lugar, mais es que escuto risadas, elas pertencem a outro homem, corro pra janela, e então vejo que com ele esta meu mais valioso presente.
Zangado, quebro tudo o que vejo. Culpo-me por ser desmazelado, como pude deixar algo tão valioso em um quarto. Por que não o escondi comigo? Não poderia deixá-lo.
Desço as escadas, chego bem perto da porta, na intenção de buscar o que é meu. Mas me deparo com a minha fraqueza, olho pelo vidro da porta, e vejo que meu presente brilha com os carinhos do seu novo dono, o que quer dizer que não eram meus o que fazia ele ser brilhante.
Ajoelho-me no chão feito criança, e choro. Penso: -Pena que não tenho mãe pra busca meu presente na casa do visinho.
-Pena!
Grito: -É uma pena!


Texto escrito por Pablo Severo (Daniel)

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