sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma pedrinha de gelo

Me disseram que sou sentimental demais. Como sempre, refleti sobre isso.
Fui recordando momentos e palavras e textos não expostos. Não sou assim tão sentimental.
Também sei ser fria, como uma máquina, que já tem respostas prontas e secas.
Ser maquinal é um instinto natural, posso ser até sem querer.
E fria como o gelo, que apesar de vir de um sentimento, consegue expulsá-los totalmente com uma palavra e começar a machucar com tanta frieza.
Posso ser a neve. Fria, mas frágil, bonita e em algumas ocasiões fatal. Posso te enterrar na minha beleza gélida e assim deixo de ser frágil.
Na verdade, sei ser um iceberg. Aquele que é como o gelo, mas tem muito mais a esconder. É fatalmente perigoso, pois lembre-se que o que a gente vê do iceberg é apenas uma pontinha mínima de tudo que esconde. Ser um iceberg é uma de minhas especialidades. Pode me achar fria e perigosa com um olhar, mas depois, se pesquisar mais, vai ver o quão profundo vai essa frieza.
Mas, na maioria das vezes e com as pessoas que gosto, só consigo ser uma pedrinha de gelo: fria, mas que pode ser tocada sem machucar e com um pouco de calor vai derretendo até voltar a ser a água que a compunha antes.
Acho que isso deve explicar porque me chamam de sentimental.
Mas ainda assim, não deixe que a pedrinha de gelo se acostume com o frio do iceberg, ela pode derreter, mas com um pouco mais de frio pode ser incorporada ao iceberg.

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